Foto: Reprodução/Internet
Doutor em transporte público e mobilidade urbana e professor do departamento de engenharia civil da Universidade Federal de Pernambuco, Oswaldo Lima Neto é considerado um dos maiores especialistas em trânsito do país e presidiu por duas oportunidades a extinta Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).
Em entrevista ao Trânsito Digital, ele falou sobre questões relevantes e polêmicas do trânsito do Recife como a implantação do binário do Parnamirim, na zona norte da capital pernambucana. Foram abordados assuntos como o perfil do motorista recifense e o uso do twitter pelos motoristas. Leia a entrevista abaixo.
O CONDUTOR RECIFENSE
Para o professor Oswaldo Lima Neto, assim como a maioria dos motoristas do país, o condutor do Recife não costuma respeitar às regras de trânsito. Ele afirma que "existe uma lei, que está no Código de Trânsito Brasileiro, que na escala de prioridade, o pedestre está em primeiro lugar, depois vem a bicicleta, em seguida, o transporte público e por último, o veículo particular". Porém, conforme o especialista, "na prática, o pedestre está em último lugar, tanto que ele é a principal vítima dos acidentes de trânsito, vítima de atropelamentos", destacou. Lima Neto resume: "o condutor tem que ser mais educado, aqui ainda existem casos onde o transeunte é atropelado em cima da faixa de pedestre, já em outras cidades do Brasil esse tipo de acidente é mais difícil de acontecer, pois os motoristas respeitam mais as pessoas que andam a pé".
O TWITTER E O TRÂNSITO
"Acredito que os usuários do twitter podem se beneficiar com informações sobre o tráfego que são publicadas nesta rede social, pois o internauta terá o panorama da cidade e poderá identificar as vias menos congestionadas. Assim, ele ganhará tempo em seu percurso".
SEGURANÇA NO TRÂNSITO
A segurança é um ponto considerado, pelo especialista, importante para tranquilidade do condutor no trânsito recifense. Segundo ele "não há outra alternativa para um trânsito mais seguro que não seja mexendo no bolso dos motoristas, ou seja, multas realmente pesadas e fiscalização". E exemplificou: "eu estive há pouco tempo no Canadá, nas rodovias o limite de velocidade é 100 km/h, e esse limite é respeitado pelas pessoas. Sabe por quê? Se um condutor atingir a velocidade de 120 km/h ele terá que pagar uma multa de 100 dólares, já se o motorista chegar numa velocidade de 150 km/h a multa é de 10 mil dólares. Então, o condutor não vai ultrapassar o limite de velocidade da via, ninguém anda a 180 ou 200 km/h. Lá, isso não existe! Sem esquecer de dizer que, no Canadá, as vias são fiscalizadas permanentemente", destacou.
BINÁRIO DO PARNAMIRIM
A estrutura do órgão que administra o trânsito do Recife (Companhia de Trânsito e Transporte Urbano - CTTU) é considerada pelo estudioso como "deficitária". Segundo ele, "a CTTU não possui gente suficiente e capacitada e nem aparato tecnológico disponível para planejar e executar mudanças no trânsito recifense. A instituição pecou em não fazer uma simulação naquela área (o binário) para medir o impacto que a mudança de sentido das estradas do Encanamento e do Arraial acarretaria".
De acordo com Lima Neto "o binário foi feito para aliviar a região da praça do Parnamirim, mas devido a modificação do trânsito, diversas ruas transversais também tiveram o sentido modificado, e isso resultou em mais pessoas tendo que passar pelo 'gargalo' que se transformou o entorno da praça do Parnamirim. Então, a solução que devia ser dada para o bairro do Parnamirim não surtiu efeito, pois o trânsito ficou pior do que antes", concluiu.
SOLUÇÃO
"Não há solução para o trânsito da cidade do Recife. O nosso sistema viário já esgotou a capacidade e não existe possibilidade de expansão, a ficha tem que cair". Para o acadêmico, que mora no bairro de Casa Forte - considerada pelos motoristas uma das localidades com mais congestionamentos da cidade - "as pessoas do Recife precisam mudar os hábitos e diminuir o uso do automóvel. A cultura do carro em Recife é muito forte. A tarefa não é simples, infelizmente", lamenta Oswaldo.
Em entrevista ao Trânsito Digital, ele falou sobre questões relevantes e polêmicas do trânsito do Recife como a implantação do binário do Parnamirim, na zona norte da capital pernambucana. Foram abordados assuntos como o perfil do motorista recifense e o uso do twitter pelos motoristas. Leia a entrevista abaixo.
O CONDUTOR RECIFENSE
Para o professor Oswaldo Lima Neto, assim como a maioria dos motoristas do país, o condutor do Recife não costuma respeitar às regras de trânsito. Ele afirma que "existe uma lei, que está no Código de Trânsito Brasileiro, que na escala de prioridade, o pedestre está em primeiro lugar, depois vem a bicicleta, em seguida, o transporte público e por último, o veículo particular". Porém, conforme o especialista, "na prática, o pedestre está em último lugar, tanto que ele é a principal vítima dos acidentes de trânsito, vítima de atropelamentos", destacou. Lima Neto resume: "o condutor tem que ser mais educado, aqui ainda existem casos onde o transeunte é atropelado em cima da faixa de pedestre, já em outras cidades do Brasil esse tipo de acidente é mais difícil de acontecer, pois os motoristas respeitam mais as pessoas que andam a pé".
O TWITTER E O TRÂNSITO
"Acredito que os usuários do twitter podem se beneficiar com informações sobre o tráfego que são publicadas nesta rede social, pois o internauta terá o panorama da cidade e poderá identificar as vias menos congestionadas. Assim, ele ganhará tempo em seu percurso".
SEGURANÇA NO TRÂNSITO
A segurança é um ponto considerado, pelo especialista, importante para tranquilidade do condutor no trânsito recifense. Segundo ele "não há outra alternativa para um trânsito mais seguro que não seja mexendo no bolso dos motoristas, ou seja, multas realmente pesadas e fiscalização". E exemplificou: "eu estive há pouco tempo no Canadá, nas rodovias o limite de velocidade é 100 km/h, e esse limite é respeitado pelas pessoas. Sabe por quê? Se um condutor atingir a velocidade de 120 km/h ele terá que pagar uma multa de 100 dólares, já se o motorista chegar numa velocidade de 150 km/h a multa é de 10 mil dólares. Então, o condutor não vai ultrapassar o limite de velocidade da via, ninguém anda a 180 ou 200 km/h. Lá, isso não existe! Sem esquecer de dizer que, no Canadá, as vias são fiscalizadas permanentemente", destacou.
BINÁRIO DO PARNAMIRIM
A estrutura do órgão que administra o trânsito do Recife (Companhia de Trânsito e Transporte Urbano - CTTU) é considerada pelo estudioso como "deficitária". Segundo ele, "a CTTU não possui gente suficiente e capacitada e nem aparato tecnológico disponível para planejar e executar mudanças no trânsito recifense. A instituição pecou em não fazer uma simulação naquela área (o binário) para medir o impacto que a mudança de sentido das estradas do Encanamento e do Arraial acarretaria".
De acordo com Lima Neto "o binário foi feito para aliviar a região da praça do Parnamirim, mas devido a modificação do trânsito, diversas ruas transversais também tiveram o sentido modificado, e isso resultou em mais pessoas tendo que passar pelo 'gargalo' que se transformou o entorno da praça do Parnamirim. Então, a solução que devia ser dada para o bairro do Parnamirim não surtiu efeito, pois o trânsito ficou pior do que antes", concluiu.
SOLUÇÃO
"Não há solução para o trânsito da cidade do Recife. O nosso sistema viário já esgotou a capacidade e não existe possibilidade de expansão, a ficha tem que cair". Para o acadêmico, que mora no bairro de Casa Forte - considerada pelos motoristas uma das localidades com mais congestionamentos da cidade - "as pessoas do Recife precisam mudar os hábitos e diminuir o uso do automóvel. A cultura do carro em Recife é muito forte. A tarefa não é simples, infelizmente", lamenta Oswaldo.